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sábado, 16 de outubro de 2010

Torturar, Escrever e Amar (Vitor L. Côrtes)

As palavras chegam desordenadas, aflitas, histéricas e mais do que isso dominadoras
e eu começo a me sentir intensamente desconfortável até começar a escrevê-las.
É como se fossem uma fera confinada exigindo sua liberdade de maneira assustadora,
que só se acalma ao ver a porta da jaula aberta, nesse caso, o grafite se transformando
em palavras ou o dedilhar no teclado desbravadno um novo documento.
Posso escrever por vários motivos e sentimentos, mas a melhor forma é a tortura das palavras.
Tortura que me castiga severamente, mas ao final de cada texto é um alívio sem fim...
quando alguém diz que gostou ou se identificou é uma alegria enorme, mas e se ninguém
diz nada?(...) satisfação em ser,sentir ou se expressar de forma exclusiva e única.
Escrevo porque preciso e amo escrever e não porque preciso escrever meus amores.
Falando em amores...com licença, meu pai tá me chamando, festa aqui em casa...
É gol do Flamengo!

Dar Não É Fazer Amor (Luís Fernando Veríssimo)

Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar....
Sem querer apresentar pra mãe...
Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem
esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para os mais desavisados, talvez anos.

Mas dar é dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar
o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:
"Que que cê acha amor?".
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinho...
É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.

Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar

Experimente ser amada...